Vejo meu rosto, estampado no espelho.
Olho-me. Calado. Sério. Triste, talvez.
Conto, uma por uma as rugas que marcam minha face.
Rugas...não são de expressão
São naturais, são do tempo, são da vida.
O espelho não me fala nada.
Não me diz nada;
Me mete medo e eu me assusto.
Disfarço e me acomodo com a imagem
Que é minha, propriamente minha.
Nas rugas estão o meu passado, o presente é hoje
Amanha, certamente, num futuro próximo
Virão outras.
Vou guardar o espelho. Vou deixa-lo ali,
Escondido, mudo, surdo.
Sem perguntas e sem respostas.
Concluo - será que a imagem do espelho sou eu
Ou sou eu o próprio espelho.
José Claudio Correia Primo (10/07/2015)