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O guarda de trânsito


Quando eu era criança sempre fui peralta. Gostava mesmo de umas presepadas. Acho que meu netinho puxou a mim.

Mas os meus dias estavam ficando cada vez mais monótonos. Precisava sair da ociosidade. Precisava aprontar umas.

Estava aposentado havia quatro anos e neste ínterim o meu nome já havia mudado. Eu não era mais o Orlando , eu era agora o Jack . Vou explicar-lhe o motivo.

Todos em minha casa saiam para os seus afazeres diários e sempre me deixavam sozinho. Quando queriam alguma coisa ligavam para mim e diziam: Já que o Sr. está sem fazer nada, compra o pão.

Já que o senhor está sem fazer nada vai pegar o Marcinho na escola.

Já que... Já que.. e então virou Jack.

Esqueçamos o Jack e voltemos ao relato. 
Um belo dia eu ia saindo do banco quando vi que um guarda estava aplicando uma multa por estacionamento indevido. 
Pedi ao guarda que não multasse pois eu somente tinha passa dez minutinhos no banco. 
Ele fez que não ouviu e continuou a preencher o formulário. 
Falei uma porção de palavrões e a cada impropério ele preenchia outra infração.

A luta continuava: impropérios x multas.

Quando parei de xingar ele colocou as multas no limpador de para-brisa e sorriu com sarcasmo.

Minha resposta foi instantânea: Obrigado pela sua consideração seu guarda, mas tenho que ir, meu ônibus já está chegado.

Subi no coletivo e devolvi ao guarda o sorriso sarcástico.

Naquele momento tinha aprontado duas de uma vez.

Perdoem este velhinho aposentado.

Fonte: Adaptado por Edimar Monteiro de um relato captado no facebook.

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