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A descoberta ou o descobrimento



Um amigo, muito querido, chamado Zé Filho, perguntou-me: Por que tu não lanças teu livro?

- Zé, escrevo em papel de pão, em guardanapos, e até em papel de arraia. Não sou poeta. A descoberta ou o descobrimento da minha alma trazem marcas de mágoas, dores, infinitas saudades. Não me descobriram como poeta cidadão, pois me descobri como poeta urbano e suburbano. Poeta das calçadas. Um poeta que queria ser Cecilia Meireles, Drummond, Quintana, Bandeira, Dioguinho Fontenele... 

Deixem-me no banco da minha pracinha Isabel Correia. Sentado ali posso descobrir novas estrelas, novas traições e até o direito de amar o imaginário. 

Descoberta ou descobrimento. 

Descubram os pratos de doces, melhor será. 
Fiquem na dúvida. 
Descoberta ou descobrimento, pois eu nem sei porque esta dúvida. 

E como não consegui rever os cds, livros ou fotos que emprestei, posso até dizer que descobri que quem pede emprestado e não devolve e, ainda por cima, se escondem, são todos grandes enrolões. Descobrindo isto já é uma descoberta.

Author: José Claudio Correia Primo

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